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Fotografia Analógica

Ensaio em Prosa sobre Fotografia Analógica, publicado em 09/04/2021

Tenho especial fascínio pela fotografia analógica. É que se trata dum processo artístico muito mais complexo que a fotografia digital, devemos entender todos os aspectos da fotografia para obter o resultado pretendido, desde aspectos mecânicos da câmera como abertura e tempo do obturador, foco, iluminação, até a sensibilidade do filme utilizado e o resultado, quando alcançado, é verdadeira obra de arte pintada, onde a tela é a película química.

Importante dizer que meu fascínio pela fotografia analógica não me impede de reconhecer a importância da fotografia digital, não fosse essa você não estaria vendo minhas obras de arte que foram digitalizadas…

Da mesma forma que meu fascínio pela máquina de escrever não me impede de ter essa e outras páginas na internet. Parte do meu livro FILOSOFIA FUNDAMENTAL foi escrito graças a inspiração da máquina de escrever, como ocorreu no capítulo sobre o que seria evolução, escrevi integralmente na minha Olivetti Studio 46, pois havia faltado luz: o que me fez refletir sobre se o computador realmente é a evolução da máquina de escrever.

Outro exemplo foi a inspiração que as lindas formas arredondas de minha máquina de escrever da marca Érika me proporcionou, acabou resultando numa bela performance a qual dei nome de Paixão Erótika.

Por isso, acredito que os equipamentos analógicos não ofuscam nossa criatividade e na fotografia não poderia deixar de ser diferente.

No conjunto de fotografias analógicas abaixo utilizei uma Canon T50, objetiva de 50mm e filme Kodak Pro Image 100, a qual se encontra auto-fotografada em espelho, vamos ver:

Fotografia Analógica - Cannon T50 - davipinheiro.com
Utilizei luz amarela indireta da direita superior para esquerda inferior, o desfoque ao redor foi proposital com o objetivo de parecer estar olhando o mundo através das lentes da câmera, nesse caso ela estava olhando para sí mesmo. Mesmo estando a parede e o espelho no mesmo plano, a profundidade de campo do espelho é diferente, por isso esse efeito foi possível. Destaque especial para o “olho” do diafragma, deve ter aberto até f5.6, pois a luz não era muito forte. Se a luz fosse mais forte o diafragma teria aberto o mínimo f16 o que aumentaria a profundidade de campo impedindo o desfoque pretendido. O resultado foi alcançado, ao mesmo tempo que a câmera aparece, essa fotografia transmite essa mensagem subliminar.

Performance

Performance é o nome dado à mescla de mais de uma linguagem artística (arte visual, música, teatro, etc.) clicando aqui você pode ver todas minhas performances. Nos exemplos abaixo a mescla se deu pela mistura de artes visuais criadas por mim e captadas pela fotografia analógica, vamos ver:

Terrário - davipinheiro.com
Se trata dum terrário que criei num tronco de árvore, arte plástica. Para fotografar utilizei luz amarela superior, o desfoque foi para destacar o objeto, especial destaque para o reflexo da luz no vidro para dar noção tridimensional de algo transparente.
Terrário - davipinheiro.com
Mesmo processo da foto anterior, também utilizando uma Canon T50 com filme Kodak Pro Image 100 e objetiva de 50mm, diferenciando o enquadramento e a luz direta frontal.
Arte Plástica, Terrário - davipinheiro.com
Processo de criação da obra. Ironicamente, nessa foto, meu galo Cara de Palhaço mesmo desfocado no fundo se destacou, parecendo estar em pé no tronco.
Pisca-Alerta DT200R - davipinheiro.com
Se trata do pisca-alerta original da minha super DT200R (viva os motores 2 tempos!) que caiu depois de uma trilha kkk. A Ideia nesta fotografia era fazer o sol parecer estar acendendo o alerta que deveria aparentar estar flutuando no céu. Infelizmente não fui bem sucedido, pois os fios que penduravam o objeto acabaram aparecendo. É impressionante a capacidade de cálculo da Canon T50 e a velocidade do seu obturador, a nitidez da objetiva e a resolução do filme Kodak Pro Image 100, cujo conjunto conseguiu captar até os pequenos fios de nylon transparentes. Eu imaginei que a foto ia estourar e os fios não apareceriam, ledo engano. Pelo menos o enquadramento ficou correto: objeto um pouco mais acima do centro para dar sensação de altitude e levemente de perfil para dar noção 3d. Quem sabe com uma câmera que seja possível ajustar a velocidade do obturador eu seja bem sucedido…
Foco Elipsoíris - davipinheiro.com
Se trata da minha performance favorita com a fotografia analógica, pois fotografei o primeiro quadro que pintei, o qual dei o nome de Elipsoíris sendo ele posteriormente capa do meu livro FILOSOFIA FUNDAMENTAL, então aí temos três linguagens artísticas profundas na mesma performance: O quadro que virou livro fotografado analogicamente. A ideia desta performance foi enquadrar o quadro desfocado, o qual somente pode ser desvendado com os olhos certos, por isso a lente. Utilizei luz natural e uma lente velha de óculos. Especial destaque para os dois pontos de luz que refletiram na lente parecendo dois olhos, isso não foi planejado e deu um toque especial para a fotografia, cabendo diversas interpretações, esse é o objeto da arte em geral. Fiquei muuuito contente com o resultado.
Óculos Visão Foco - davipinheiro.com
Considero essa fotografia analógica uma performance porque não se trata duma fotografia comum de paisagem, flores, arquitetura, animais ou pessoas, visa passar uma mensagem. Utilizando apenas a luz natural, regulei o foco da Canon T50 para as lentes dos meus próprios óculos e escolhi um dia especialmente nublado e escuro para simbolizar as dificuldades pelas quais todos passamos no dia-a-dia, quando acreditamos por algum momento que as luzes estão apagadas para nós, até que com os óculos certos podemos enxergar com maior nitidez o horizonte, os óculos podem ser a palavra de Deus ou qualquer outra coisa que te ilumine e esclareça. Com certeza essa fotografia terá um bom uso em meus próximos escritos.

Dupla Exposição

Eis aqui um recurso nato da fotografia analógica: a dupla exposição. Se trata de fotografar mais de uma vez em cima do mesmo filme de modo que as imagens se sobreponham. Como esse método podemos simular movimento numa única fotografia, fazer montagens de disco voador kkkk, enfim a imaginação é o limite, vamos ver:

Dupla Exposição - davipinheiro.com
Nessa fotografia analógica ocorreu uma quádrupla exposição, pois cliquei quatro enquadramentos diferentes sob o mesmo filme. Foi especialmente difícil fazer porque a Canon T50 não tem esse recurso, então tive que enganá-la pressionando o botão de rebobinar o filme ao mesmo tempo que disparava a câmera. Como eu estava usando o filme Kodak Pro Image que possui asa 100, também regulei a máquina como se estivesse usando um filme asa 25, então sabia que podia disparar quatro vezes sem queimar o filme. Pedi para a modelo (minha Mãe, kkk) ficar em três posições diferentes dando a impressão de movimento e não satisfeito no final ainda fotografei o sol. Adorei essa foto.

Fotos em Macro ou Close

Acredito ser possível obter uma fotografia analógica em macro mesmo sem lente especial, tudo depende da pecinha que fica atrás da câmera: você, kkkk. Devemos tentar, se não obtivermos uma fotografia em macro, ao menos um close teremos, vamos ver:

Cogumelo - davipinheiro.com
Este minúsculo cogumelo que cresceu num barranco qualquer, apareceu nitidamente no negativo, mesmo sem uso de lupa, por isso considero um macro, na verdade é apenas uma foto divertida.
Ovos - davipinheiro.com
Aqui é apenas um close, o ninho é especialmente profundo, por isso o leve desfoque nos ovos: para dar noção de profundidade. O foco dos quatro cantos da caixa está bem ajustada para dar noção tridimensional do objeto.

O Primeiro Quadro do Rolo

Na fotografia analógica cada rolo de filme nos dá pelo menos um tipo de fotografia artística bem específica. Se trata do primeiro quadro do rolo, onde ocorre uma parcial sobre-exposição. Isso se deve a incidência da luz diretamente no filme quando estamos carregando a máquina com o filme. A maioria das máquinas analógicas somente começa a contar os fotogramas após alguns disparos para evitar isso. Cabe ao fotógrafo saber aproveitar os fotogramas existentes antes do número 1, enquadrando a cena normalmente e disparando antes do número 1. Os resultados são quase imprevisíveis e geralmente interessantes.

Primeiro Quadro do Rolo, Fotografia Analógia - davipinheiro.com
Essa fotografia analógica foi fantástica porque quase sempre a sobre-exposição do primeiro quadro do rolo ocorre nas extremidades da foto e nessa aí ocorreu no meio. Para conseguir esse efeito carreguei a máquina no escuro e acendi a luz no exato momento que estava fechando a tampa da câmera. Por uma fração de segundo o primeiro quadro do rolo foi exposto parcialmente a luz, sabia que iria ter uma fotografia diferente, jamais imaginei que a sobre-exposição iria sair no meio do fotograma, muito curioso.
Primeiro Quadro do Rolo, Fotografia Analógia - davipinheiro.com
Nessa aqui repeti o mesmo processo anterior. Como o tempo entre acender a luz e fechar da máquina foi diferente a sobre-exposição ficou bem visível na extremidade da foto. Especial destaque para sua incidência no lado direito, quando deveria incidir no lado esquerdo, pois na Canon T50 o filme roda da esquerda para direita. Essa aparente inversão de lados se deu porque fotografei com a máquina de cabeça para baixo.

Fotos de Ação

Registrar uma ação com fotografia analógica é especialmente difícil se a máquina não calcula a abertura e tempo de exposição automaticamente, porque tudo acontece muito rápido e você não tem tempo de ficar pensando. Felizmente a Canon T50 é muito boa para esse tipo de fotografia, tive que me preocupar apenas com o foco. O que essa máquina me fez suar para fazer as duplas exposições acima, tirou de letra esse memorável momento, vamos ver:

Primeiro Quadro do Rolo, Fotografia Analógia - davipinheiro.com
Quando avistei esse grupo de corajosos saltando de paraglider corri pedir autorização para fotografá-los e rapidamente carreguei a máquina. Comecei a fotografar mesmo antes da máquina registrar o primeiro fotograma do rolo, tendo obtido esse lindo efeito de sobre-exposição de primeiro quadro do rolo.
Chevrolet Veraneio - davipinheiro.com
Essa foi a terceira foto. Tomei o cuidado de enquadrar tanto a alçada de vôo do paraglider quanto essa linda Veraneio, o que descreve em uma única foto o espírito aventureiro do pessoal. Reparem no sol refletindo sobre as nuvens, que lindo tudo.
Chevrolet Veraneio - davipinheiro.com
Tive que registrar mais uma dessa linda Veraneio, sou apaixonado por motores e mecânica, ela quase roubou a cena kkkk. Especial destaque para o detalhe do carro e da câmera que a fotografou serem da mesma época, sensível retorno ao passado. Verdadeira máquina do tempo essa foto. Se eu não dissesse que esta foto foi tirada no final do ano de 2020 daria para dizer que foi uma foto tirada de uma Veraneio Zero Km da época, segredinho nosso, kkk.
Paraglider - davipinheiro.com
Voltando à cena, agora do Ângulo certo kkk. Esse foi a segunda foto, perceba ainda a presença do efeito de sobre-exposição do primeiro quadro. Aqui a máquina estava marcando o primeiro fotograma, tadinha kkk
Paraglider - davipinheiro.com
Aqui a luz estava perfeita, o sol iluminava atrás de mim, incidindo frontalmente para o enquadramento da foto, linda essa.
Paraglider - davipinheiro.com
Paraglider quase em posição de vôo, a foto ficou quase perfeita porque o momento em tela era a Hora de Ouro, momento do entardecer quando a posição do sol deixa o céu dourado, fenômeno muito querido pelos fotógrafos analógicos; até pelos digitais também. Mesmo assim eu não estava satisfeito, queria fotografar mais de perto. Dei zoom correndo para frente e o resultado você vê abaixo:
Paraglider - davipinheiro.com
Fotografia analógica simplesmente perfeita, sol na posição certa, hora de ouro, perfeito enquadramento e foco, tudo certo, universo conspirando à favor… ganhei o dia sem saber. Só descobri depois que revelei. O chão não foi cortado é que o piloto do paraglider já estava no desnível do chão pronto para saltar.
Paraglider - davipinheiro.com
O salto… tive que correr para o barranco para dar zoom, outra foto perfeita na hora de ouro.

Fotografia Analógica de Animais

É especialmente difícil fazer um animal posar para gente, temos que ter um pouco de comida pra negociar kkk. Não fosse a Canon T50 calcular a exposição sozinha seria ainda mais difícil porque os momentos são muito rápidos e você não tem tempo para regular a abertura e tempo de exposição, tive que regular apenas o foco. Mais um ponto para essa notável máquina que me fez apanhar na dupla exposição acima. A fotografia analógica de animais também é um tipo de fotografia de ação, temos que ser rápidos no gatilho, vamos ver os resultados:

Boi - davipinheiro.com
Aqui novamente dei zoom chegando bem perto, fotógrafo de verdade não tem medo, tudo pela arte!
Animais do Campo - davipinheiro.com
Foco no segundo plano, acabei pegando os dois de perfil.
Animais do Campo - davipinheiro.com
Foco no segundo plano. Aqui peguei os dois olhando para mim e dizendo xiiiis, kkk.
Galinhas - davipinheiro.com
Aqui podemos comprovar que o fotômetro da Canon T50 é matricial e não pontual, porque o centro da foto tinha muito mais luz que os cantos.
Cavalo da Montanha - davipinheiro.com
Linda essa foto: Cavalo da Montanha. Eu estava esperando a Hora de Ouro chegar, pena que quando chegou o modelo não quis mais ser fotografado kkk.
Border Collie - davipinheiro.com
Lindo close de perfil com fundo totalmente desfocado. Preto absoluto, a fotometria esta certinha.
Galinhas, Sombra, Fotógrafo - davipinheiro.com
Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo: As galinhas comendo, o milho sendo jogado, a sombra do fotógrafo… Para obter essa foto joguei o milho para o alto e tive que ser tão rápido no gatilho quanto o Kid Morengueira. Você pode perceber na minha sombra que estou segurando apenas a câmera, o pote de milho já tinha voado longe kkk. Escolhi especialmente um dia ensolarado para que o fotômetro da Canon T50 usasse toda a velocidade possível no obturador, sendo possível congelar o milho no ar sem muito efeito borrão.
Galinha Chocando na Roda de Carro - davipinheiro.com
Galinha chocando numa roda de carro. Como amo animais e carros, para montar essa cena tive que forrar uma roda velha de carro para formar um ninho e esperar, esperar e esperar… No momento certo a Jurema se sentiu confiante para entrar na roda. Nem se incomodou com minha presença pois estava de papo cheio, pois é, também tive que negociar com a galinha, isso é a fotografia analógica de animais kkk. Percebam novamente que o fotômetro da Canon T50 é matricial, pois a maior parte da foto era com pouca luz e o raio de sol que entrava estourou a foto. Percebam ainda como eu estava perto da galinha, pois foquei em sua cabeça e o resto do corpo que estava um pouco mais distante saiu desfocado. Certamente a câmera estava com abertura máxima f1.8 e com uma velocidade bem lenta, o que explica a baixa profundidade de campo. Além disso se a Jurema tivesse mexido a cabeça na hora do disparo certamente teria saído um borrão por causa da baixa velocidade. Acabou saindo tudo certo e meus dias de espera por essa foto não foram em vão.

Fotografia Analógica de Arquitetura

Na fotografia analógica de arquitetura devemos conhecer os conceitos básicos de iluminação e preenchimento, trabalhamos apenas com luz natural e deve ser bem usada para termos a noção tridimensional da construção. Conforme ensina Fernando Bagnola, a tridimensionalidade do objeto depende da incidência da luz em três pontos diferentes e com intensidades diferentes, algo difícil de se obter apenas com a luz do sol, vamos ver:

Fotografia Analógia Arquitetônica - Museu do Olho Curitiba/PR - davipinheiro.com
Se trata do Museu do Olho em Curitiba/PR. Como sua parte frontal é escura e o sol se posicionava atrás da construção tive de me posicional na sua lateral, assim consegui obter um resultado tridimensional, pois o sol iluminava a parte de cima, refletia na parte de baixo em menor intensidade e na parte frontal quase não havia luz. Se eu estivesse posicionando na frente da construção o efeito tridimensional seria impossível.
Fotografia Analógia Arquitetônica - Museu do Olho Curitiba/PR - davipinheiro.com
Para minha sorte, nesse exato momento um grupo de jovens contracultura (assim como eu) passavam pelo local, tornando a foto icônica pela presença de jovens modernos contracultura contrastando com arquitetura moderna da cultura tradicional. Minha posição em relação ao sol também favoreceu o sucesso desta fotografia, tendo iluminado corretamente todos os pontos de interesse.
Esse aqui é um exemplo de fotografia analógica arquitetônica errada. O enquadramento foi frontal em razão do desejo de captar o reflexo dos edifícios nos vidros negros do “olho”.
Fotografia Analógia Arquitetônica - Panteon dos Heroes, Lapa/PR - davipinheiro.com
Se trata do Panteon dos Heroes na Lapa/PR um monumento erguido para guardar os corpos dos soldados das forças republicanas que pereceram durante o chamado Cerco da Lapa, batalha da Revolução Federalista de 1894. Aqui o dia estava nublado, momento perfeito para fotografar uma arquitetura tão triste como essa. Não me importei com a questão tridimensional, pois era impossível, não havia sol. Quis retratar a tristeza na foto. O filme usado foi o mesmo (Kodak Pro Image 100). Aqui percebemos que a química desse filme é ajustada para a luz amarela do sol como branco absoluto, como o céu estava nublado, a luz natural estava com temperatura mais fria o que puxou o tom mais para o azul e o roxeado da foto devem ter sido os raios ultravioleta. Se eu estivesse usando um filtro ultravioleta provavelmente a foto sairia mais acinzentada. Me recordo que nesse dia estava tudo cinza. De qualquer forma adorei esse tom arroxeado da foto. Fica a dica: conseguimos o mesmo efeito de um filme Lomochrome Purple caríssimo com um filme baratinho, basta fotografar nessas condições.
Fotografia Analógia Arquitetônica - Panteon dos Heroes, Lapa/PR - davipinheiro.com
Novamente o tom arrocheado com um filme barato. Para se ter uma ideia um Lomochrome Purple costuma custar seis vezes ou mais que um que o Kodak Pro Image 100 de R$ 30,00 à R$ 40,00 na data da publicação deste artigo em 09/04/21. Percebam que no momento desta foto as nuvens deram uma trégua e alguns raios de sol passaram dando uma leve noção tridimensional da arquitetura. O certo seria eu estar um pouco mais à esquerda para aproveitar bem a iluminação. Mesmo assim, me senti feliz com a triste foto kkk pois mesmo com a luz amarela do sol refletindo o efeito Lomo-Violeta ocorreu.
Fotografia Analógia Arquitetônica - Universidade Federal do Paraná, Curitiba/PR - davipinheiro.com
Já aqui parece que a foto está mal enquadrada. E está mesmo. É que no lado direito havia um poste de energia elétrica muito feio, eu não queria que aparecesse. Me preocupei apenas com a iluminação e obtive sucesso com a noção de profundidade da arquitetura. A foto está puxando para o amarelo porque a Universidade Federal do Paraná em Curitiba é meio amarela mesmo.
Fotografia Analógia Arquitetônica - Cemitério- davipinheiro.com
E para finalizar o conjunto de fotografias analógicas arquitetônicas nada melhor que um cemitério, afinal todos vamos morrer um dia, devemos sempre lembrar disso para fazer nossas vidas mundanas valerem a pena. Quando morremos não levamos nada a não ser nossas experiências evolucionais, nossas graças e pecados. Devemos deixar um legado, algo positivo para quem fica. Pois bem, foi nesse contexto a foto. Para mim a morte deve ser evitada. Quando ocorrer, se fizermos tudo certo vamos para luz, as trevas são aqui na terra mesmo. Portanto, ao contrário da maioria dos fotógrafos, escolhi um dia ensolarado para fotografar ali. Quis simbolizar a luz que nos aguarda após a morte. Então me posicionei dentro do cemitério para fotografar de dentro para fora. Esperei o sol se posicionar de forma que dos portões para fora houvesse pouca luz, tal como é o mundo, deixando toda a iluminação para dentro dos portões. Percebam como pequenos detalhes fazem toda a diferença numa fotografia analógica artística. Essa foto pode perfeitamente ser usada para ilustrar qualquer material que corrobore com esse pensamento. Se eu quisesse retratar que a vida é mil maravilhas e a morte um triste fim, deveria estar do lado de fora dos portões com tudo iluminado exceto o interior do cemitério. Interessante não…

Fotografia Analógica de Pessoas

Basicamente se divide em dois tipos, a cena e o retrato. Na cena a pessoa posa para a foto sem contudo revelar sua personalidade, é uma cena criada artificialmente. Já o retrato, no conceito artístico da fotografia, ocorre quando conseguimos captar o interior da pessoa. Por exemplo: se for uma pessoa triste ela aparecerá com semblante triste, se for uma pessoa alegre com semblante alegre, não necessariamente sorrido. Se for uma pessoa sofrida suas rugas, desasseios e receios ficarão visíveis. Se for uma pessoa engraçada sentiremos vontade de rir ao ver seu retrato. O retrato é algo verdadeiro e espontâneo da pessoa. Se uma pessoa triste aparece sorrido não é um retrato e sim uma cena, vamos ver:

Fotografia Analógia de Pessoas - Arco-Íris, Chafariz - davipinheiro.com
Normalmente na fotografia analógica de pessoas o correto é deixar o segundo plano mais escuro e o primeiro plano mais claro. Ai quis fazer diferente. Pedi para o modelo (Meu Melhor Amigo) se posicionar de costas para o sol, pois já tinha avistado aquele arco-íris no fundo. Nesse caso foi um retrato pois meu amigo apareceu sorrindo sem eu pedir e sei que ele é uma pessoa feliz e engraçada, pois vive contando piadas e seu repertório é infinito. O interessante é que esse não é um retrato comum e sim um retrato artístico, pois inverti a iluminação dos planos e ainda captei uma arco-íris, foi uma cena construida para um retrato, ideia antagônica para fotografia analógica de pessoas. Como resultado obtive uma fotografia que parece uma montagem, onde a imagem do modelo ter-se-ia sido colada sobre a paisagem, tamanha foi a diferença de iluminação entre o primeiro e segundo plano. Contudo, um pequeno raio de sol que incidiu sobre o canteiro inferior esquerdo não me deixa mentir que a fotografia é autêntica. Além disso tendo os negativos que não mentem kkk. Essa foi minha fotografia preferida de pessoas, pela qualidade do resultado artístico e pela pessoa do modelo, um abração amigo! Vou chamar essa foto de “Meu Parça na Praça”.
Fotografia Analógia de Pessoas - Chafariz - davipinheiro.com
Esse sou eu. Se trata apenas de uma cena simples porque minha expressão não aparece e sequer minhas roupas traduziam minha personalidade. Regulei o foco da máquina para 5 metros, entreguei-a para meu amigo e contei alguns passos para trás. Não me preocupei muito em acertar minha posição em exatos 5 metros porque o dia estava bem ensolarado e sabia qua a Canon T50 iria abrir pouco o diafragma por causa disso, o que aumentou a profundidade de campo consideravelmente. Podemos perceber no fundo a Universidade Federal do Paraná sem qualquer desfoque por causa disso. O maldito poste que tentei evitar na foto arquitetônica da UFPR acima acabou aparecendo aqui, mesmo assim gostei da foto pelo tom de cores que só a fotografia analógica nos dá.

Fotografia Analógica de Objetos

A fotografia analógica de objetos, assim como a arquitetônica, deve se obedecer os conceitos básicos de iluminação para obter noção tridimensional do objeto. Além disso, a cena montada deve combinar com o objeto para entrar em sintonia com o conceito natural de beleza, vamos ver:

Fotografia Analógia de Objetos - Faca - davipinheiro.com
Queria fotografar um objeto qualquer, então peguei essa faca. Esse objeto combina muito bem com o ambiente rústico do campo, então a finquei-a num toco de árvore com vista para o campo, tomando cuidado para ela ficar levemente torcida e dar a noção tridimensional. Naturalmente a foto ornou porque o objeto esta em sintonia com a cena. Essa deve ser a combinação da fotografia analógica de objetos, por exemplo. A não ser que o fotógrafo busque justamente causar repudia invertendo a combinação do objeto com a cena. Por exemplo: para causar nojo pode-se fotografar barro em formato de cocô num prato. Merda e comida são coisas totalmente opostas e essa inversão naturalmente é perturbadora para qualquer ser humano. Existe uma lógica natural de combinação de objetos com a cena. Enfim, podemos inclusive combinar mais de um objeto secundário para criar uma cena ao objeto principal, como veremos abaixo:
Fotografia Analógia de Objetos - Caneca de Café - davipinheiro.com
Nessa foto o objeto principal é uma caneca de café. Para criar a cena utilizei outros três objetos. O palheiro que combina com café, a tampa da objetiva da minha Canon T50 que combina com o efeito da cafeína para pensar mais rápido sobre as cenas que irei montar, e o vazo de suculenta que remete a algo mais áspero e amargo como o café e o palheiro. Se o objeto principal fosse um copo de milkshake no lugar do palheiro haveriam balas coloridas, no lugar da tampa da máquina haveria um guardanapo e no lugar da suculenta haveria um flor fofa e cor de rosa. Falando em flor vou encerrar este ensaio com o tópico sobre fotografia analógica de flores para deixar todos felizes no final.

Fotografia analógica de Flores

É um tipo de fotografia livre da fotografia analógica, sem muitas preocupações para o fotógrafo analógico, devemos atentar apenas para a vivacidade das cores e para isso o dia deve estar especialmente ensolarado. Se for fotografia interna de preferência usar luz quente (amarela), o resto é só diversão, vamos ver:

Fotografia Analógia de Flores  - davipinheiro.com
Fotografia Analógia de Flores  - davipinheiro.com
Fotografia Analógia de Flores  - davipinheiro.com

Viva a fotografia analógica!

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